Este ano a 7ª edição da Semana André Carneiro será marcado
pela polêmica. De um lado a continuidade do trabalho iniciado pelo criador, curador
e mantenedor do evento. De outro a tentativa por parte da Secretaria de Cultura
de Atibaia de realizar o evento isoladamente, por conta própria, rompendo o
histórico de realizações existentes num trato inicial estabelecido em 2014 com
a própria Secretaria de Cultura. Segundo esse acordo (informal) a Semana André
Carneiro seria realizada em parceria entre a Secretaria de Cultura e o proponente
e curador do evento, que disponibilizaria a estrutura física e operacional do
Garatuja para sua realização. As seis edições ocorridas foram totalmente
realizadas pelo curador e pelo Garatuja, tendo apoio da Prefeitura. A parte
acordada inicialmente para desenvolvimento futuro, relativa à Secretaria de
Cultura, incluía outras atividades paralelas como concursos, convites e prêmios
com intenção de fomentar a participação de outros artistas no evento. Fato que
nunca aconteceu. A partir desta edição, segundo a Secretaria de Cultura, o
evento será realizado pelo ganhador de um edital elaborado por ela e julgado
por ela. Segundo a última errata publicada na Imprensa Oficial, o julgamento
será feito por dois servidores da Secretaria de Cultura e um Conselheiro do
Compocat, ou seja, continuam ignorando a paridade, item básico e primordial nas
ações democráticas. Lembrando que os representantes do poder público também são
Conselheiros do Compocat. Detalhe: O edital foi formulado sem conhecimento
prévio do criador e curador do evento, dos demais colaboradores, e pior, sem a participação
do Conselho, conforme diz a lei complementar 798, que Institui o
Conselho Municipal de Política Cultural de Atibaia. Reforçando que, todos os
editais, assim como todas as prestações de contas e respectivos acompanhamentos
de projeto são elaborados “em conjunto” com o Conselho. É um direito de a sociedade
civil acompanhar e fiscalizar o que esta sendo realizado com os recursos públicos,
e principalmente garantir a qualidade do conteúdo das propostas. Como dito
anteriormente, a Secretaria de Cultura formulou sozinha o edital e, pressionada,
submeteu sua aprovação ao Conselho de Cultura, numa votação onde o principal interessado,
que era o curador, não estava presente para se defender. Em vista das desinformações
reinantes o edital foi aprovado e continua valendo. Mais que o questionamento
em relação ao edital (que, diga-se de passagem, é tão precário que já incluiu
duas erratas após a primeira publicação), o que se questiona é a forma
autoritária como foi tomada essa decisão. O baixo custo do projeto não
justifica a criação de um edital, podendo ocorrer como contratação direta, fato
que também demonstra pessoalidade na gestão pública, uma vez que a mesma
conduta não se aplica a outras situações de igual valor, levando a pensar em intimidação
através da prática burocrática. Diante disso a 7ª Semana André Carneiro segue
com a possibilidade de acontecer com dois eventos paralelos. De um lado, a
continuidade da pesquisa sobre uma importante ação cultural ocorrida no
município, incluindo-se a confecção do Caderno da Semana AC, da programação
previamente esboçada, contando com palestra, exposição e exibições. De outro, a
continuidade do edital apresentado pela Secretaria de Cultura que, mais do que
expressões artísticas e conhecimentos sobre o tema, revelará o caráter e a
ética dos seus participantes.
Clique aqui para conhecer a Carta de Repúdio e a prestação de contas.
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