Nós, fundadores do Garatuja, Márcio Zago e Élsie da Costa, durante
mais de quarenta anos de atividades artísticas realizamos inúmeros projetos
através de repasses públicos com diferentes órgãos gestores: Ministério da
Cultura, Secretaria de Estado da Cultura e Prefeituras, além de outras empresas
e instituições como Petrobras, IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, etc. Sabemos
muito bem a responsabilidade que isso implica. Temos plena consciência do dever
de utilizar cada centavo do dinheiro público com responsabilidade e sensibilidade
social, num país que sustenta a triste estatística de ter a pior distribuição de
renda do mundo. Como artistas, nossa responsabilidade dobra frente a desimportância
do tema, para boa parte dos políticos, e consequente escassez de recursos. Daí a preocupação que temos em aproveitar
ao máximo os valores repassados. Nossos projetos primam pela qualidade de execução
e prestação de contas, trabalho exaustivo desenvolvido principalmente pela
Élsie e pela Cida, e testemunhado por outras pessoas que conviveram com nossos
trabalhos. São inúmeros relatórios, tabelas financeiras, documentos e registros
que compõe o infinito trabalho burocrático. Enquanto “Ponto de Cultura” fomos escolhidos
entre 300 entidades do estado de São Paulo para falar justamente da prestação
de contas, num encontro estadual de avaliação do programa. No ano passado o
projeto “Garatuja – 35 Anos de Arte e Cultura de Atibaia”, prêmio Proac,
recebeu elogios por parte dos gestores estaduais pela execução e prestação de
contas, nos classificando como “exemplar”.
Para a realização da Semana André Carneiro, visando sua
viabilização, nunca cobrei pelo meu trabalho, não obtendo qualquer tipo de
ganho pessoal, nem para mim, nem para o Garatuja. O que seria correto! Ao
terminar a sexta edição e iniciar os preparativos para o evento seguinte cabe informar
aos interessados como está a parte financeira até aqui. No acordo realizado com
o primeiro Secretário de Cultura Luis Otávio Frítolli ficou acordado que o
valor não deveria ultrapassar o limite máximo do pagamento direto, que na época
era por volta de R$ 8.000,00. Com isso evitaríamos uma série de trabalhos
burocráticos para a Secretaria de Cultura dando maior flexibilidade a execução.
O valor seria apresentado por mim através de recibo como curador do evento, com
previsão de gastos e toda documentação exigida por lei. Nesse custo entraria
tudo o que seria gasto no evento como cachê dos artistas, realização de
material de divulgação, de material expositivo, confecção dos Cadernos da
Semana André Carneiro, construção e manutenção do site (a parte da informática,
porque o layout e o conteúdo foi produzido e é mantido por mim gratuitamente) e
outros. Durante as seis edições realizadas até aqui, a maioria da infraestrutura
das exposições foram fornecido por mim gratuitamente, incluindo molduras e
painéis expositivos, além do transporte desse material. Os valores variavam de
ano a ano em função da programação, mas a média das seis edições ficou em R$ 3.555,89
por edição. A manutenção do site (mensalidade) é mantida por mim. Foram até
aqui 57 meses, no valor de R$ 25,00 por mês, totalizando R$1.425,00, mais R$
180,00 pelos seis anos de domínio. Reforçando que esse custo não está incluído
no pagamento da Secretaria de Cultura. É pago com recurso próprio. Todas as informações aqui postadas estão
devidamente comprovadas pelos recibos que possuo.
Nem todas as atividades representadas abaixo tiveram custo financeiro direto, uma vez que houve participação voluntária de amigos e simpatizantes. Foram realizadas até aqui:
Nem todas as atividades representadas abaixo tiveram custo financeiro direto, uma vez que houve participação voluntária de amigos e simpatizantes. Foram realizadas até aqui:
8 painéis de ferro e lona que compõe o ExpoRua, que levou
informações sobre o artista e o evento a diferentes bairros da cidade
5 manutenções do site (troca de informação).
5 edições do Cadernos da Semana (de tiragem artesanal) que
materializam as realizações do evento e são distribuídos gratuitamente aos
interessados
Compra e distribuição de vários livros do autor, que se
encontravam fora de catálogo. Eles foram doados as bibliotecas públicas
municipais, completando o acervo da produção do artista.
11 exposições de diferentes temas como fotografia, capas do “Tentativa”,
capas de publicações do exterior, etc
1 apresentação teatral
17 exibições de filmes
Distribuição de vários livros do artista para os interessados
Distribuição de vários livros do artista para os interessados
3 performance com temas referente ao artista
1 Mesa redonda na FAAT
4 apresentações musicais
2 Recitais de poesia
1 Publicação do encarte “Tentativa.
Todas essas atividades atingiram cerca de 3.000 pessoas
direta e indiretamente, entre estudantes, turistas e demais interessados. Pelas
informações acima fica claro a vantagem da Prefeitura nessa parceria. O baixíssimo
custo financeiro que cabe a ela, em vista dos resultados obtidos, torna-se
quase “criminoso”, no sentido figurado de enfatizar tais atitudes, o lançamento
de um edital formulado pela Secretaria de Cultura que tem como único propósito me
retirar do evento.
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