domingo, 9 de fevereiro de 2020

Semana André Carneiro – Prestação de contas


Nós, fundadores do Garatuja, Márcio Zago e Élsie da Costa, durante mais de quarenta anos de atividades artísticas realizamos inúmeros projetos através de repasses públicos com diferentes órgãos gestores: Ministério da Cultura, Secretaria de Estado da Cultura e Prefeituras, além de outras empresas e instituições como Petrobras, IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, etc. Sabemos muito bem a responsabilidade que isso implica. Temos plena consciência do dever de utilizar cada centavo do dinheiro público com responsabilidade e sensibilidade social, num país que sustenta a triste estatística de ter a pior distribuição de renda do mundo. Como artistas, nossa responsabilidade dobra frente a desimportância do tema, para boa parte dos políticos, e consequente escassez de recursos. Daí a preocupação que temos em aproveitar ao máximo os valores repassados. Nossos projetos primam pela qualidade de execução e prestação de contas, trabalho exaustivo desenvolvido principalmente pela Élsie e pela Cida, e testemunhado por outras pessoas que conviveram com nossos trabalhos. São inúmeros relatórios, tabelas financeiras, documentos e registros que compõe o infinito trabalho burocrático. Enquanto “Ponto de Cultura” fomos escolhidos entre 300 entidades do estado de São Paulo para falar justamente da prestação de contas, num encontro estadual de avaliação do programa. No ano passado o projeto “Garatuja – 35 Anos de Arte e Cultura de Atibaia”, prêmio Proac, recebeu elogios por parte dos gestores estaduais pela execução e prestação de contas, nos classificando como “exemplar”.

Para a realização da Semana André Carneiro, visando sua viabilização, nunca cobrei pelo meu trabalho, não obtendo qualquer tipo de ganho pessoal, nem para mim, nem para o Garatuja. O que seria correto! Ao terminar a sexta edição e iniciar os preparativos para o evento seguinte cabe informar aos interessados como está a parte financeira até aqui. No acordo realizado com o primeiro Secretário de Cultura Luis Otávio Frítolli ficou acordado que o valor não deveria ultrapassar o limite máximo do pagamento direto, que na época era por volta de R$ 8.000,00. Com isso evitaríamos uma série de trabalhos burocráticos para a Secretaria de Cultura dando maior flexibilidade a execução. O valor seria apresentado por mim através de recibo como curador do evento, com previsão de gastos e toda documentação exigida por lei. Nesse custo entraria tudo o que seria gasto no evento como cachê dos artistas, realização de material de divulgação, de material expositivo, confecção dos Cadernos da Semana André Carneiro, construção e manutenção do site (a parte da informática, porque o layout e o conteúdo foi produzido e é mantido por mim gratuitamente) e outros. Durante as seis edições realizadas até aqui, a maioria da infraestrutura das exposições foram fornecido por mim gratuitamente, incluindo molduras e painéis expositivos, além do transporte desse material. Os valores variavam de ano a ano em função da programação, mas a média das seis edições ficou em R$ 3.555,89 por edição. A manutenção do site (mensalidade) é mantida por mim. Foram até aqui 57 meses, no valor de R$ 25,00 por mês, totalizando R$1.425,00, mais R$ 180,00 pelos seis anos de domínio. Reforçando que esse custo não está incluído no pagamento da Secretaria de Cultura. É pago com recurso próprio. Todas as informações aqui postadas estão devidamente comprovadas pelos recibos que possuo.

Nem todas as atividades representadas abaixo tiveram custo financeiro direto, uma vez que houve participação voluntária de amigos e simpatizantes. Foram realizadas até aqui:
8 painéis de ferro e lona que compõe o ExpoRua, que levou informações sobre o artista e o evento a diferentes bairros da cidade
5 manutenções do site (troca de informação).
5 edições do Cadernos da Semana (de tiragem artesanal) que materializam as realizações do evento e são distribuídos gratuitamente aos interessados
Compra e distribuição de vários livros do autor, que se encontravam fora de catálogo. Eles foram doados as bibliotecas públicas municipais, completando o acervo da produção do artista.
11 exposições de diferentes temas como fotografia, capas do “Tentativa”, capas de publicações do exterior, etc
1 apresentação teatral
17 exibições de filmes
Distribuição de vários livros do artista para os interessados
3 performance com temas referente ao artista
1 Mesa redonda na FAAT
4 apresentações musicais
2 Recitais de poesia
1 Publicação do encarte “Tentativa.

Todas essas atividades atingiram cerca de 3.000 pessoas direta e indiretamente, entre estudantes, turistas e demais interessados. Pelas informações acima fica claro a vantagem da Prefeitura nessa parceria. O baixíssimo custo financeiro que cabe a ela, em vista dos resultados obtidos, torna-se quase “criminoso”, no sentido figurado de enfatizar tais atitudes, o lançamento de um edital formulado pela Secretaria de Cultura que tem como único propósito me retirar do evento.  

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