terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Atibaia inaugura o Centro Cultural André Carneiro

Por Márcio Zago


Dia 17 de fevereiro de 2018 foi à data escolhida para inaugurar o Centro Cultural André Carneiro. Esse fato tem dupla importância para Atibaia. Primeiro pela criação de um novo espaço voltado as atividades culturais, tão esperadas pelos munícipes. Segundo pela escolha do nome. Com isso a cidade reafirma a intenção de difundir a obra de André Carneiro na região. André tem uma vasta produção em diferentes linguagens: escritor; poeta; fotógrafo; artista plástico; cineasta; hipnotizador clínico; artista gráfico e publicitário. Diferente de muitos artistas que abandonam sua terra natal para se dedicar a carreira artística, André passou a maior parte de sua vida morando na cidade e aqui produziu sua arte. André também atuou e contribuiu de forma inquestionável na vida social do município, sendo um dos responsáveis pela transformação de Atibaia em Estância Hidro Mineral. Trabalhou também sua imagem de cidade turística enquanto Diretor de Cultura e Turismo no inicio dos anos setenta. É uma justa homenagem. 




O nome
O nome escolhido para o Centro Cultural se deu numa reunião convocada por alguns artistas locais que tinham sugestões a fazer ao Prefeito Saulo Pedroso. Estavam presentes, além de mim, os músicos Rafael Cardoso e Marcelo Alvim, a vereadora Roberta Barsotti, a ex Secretária de Cultura Viviane Cocco, Itaís Dutra e outros. Dos nomes apresentados, André Carneiro foi escolhido pela coerência em relação ao uso que se faria do espaço - mais apropriado a exposições de artes plásticas, fotografias, etc. Outro fator que pesou foi à necessidade de reafirmar o nome do homenageado no cotidiano da cidade. O primeiro impasse foi em relação a uma lei existente que não permite duplicar o nome de algum homenageado. A Biblioteca Pública do Jardim Imperial já levava o nome de André Carneiro. A Vereadora Roberta Barsotti apresentou então um projeto propondo retirar o nome daquela Biblioteca para que pudesse ser inserido no novo espaço. A partir de agora seu nome figura na praça principal, no coração da cidade.

A inauguração
A chuva torrencial que caiu durante a inauguração atrapalhou um pouco o evento. A Fanfarra Municipal, que faria a apresentação na parte externa do prédio, não pode se apresentar. A participação dos músicos Flávio Rodrigues e Cristiane Barbosa também foi suspensa. Uma pena, porque tudo isso demanda trabalho e seria muito bom vê-los tocar. A cerimonia começou com a celebração do Padre Eugênio Berti. O Secretário de Cultura e Eventos Rui Tiago Oliveira em seu discurso destacou a importância do novo espaço. O mesmo fez a Presidente da Câmara Municipal, a vereadora Roberta Barsotti e eu, como curador da Semana AC. A família do homenageado foi representada pelo Henrique Carneiro (filho de André) e Evelina André Carneiro, a Lina (Viúva do André). Mauricio Carneiro, também filho do André, por questões de saúde não pode comparecer. Mauricio, além de grande amigo, é parceiro indispensável na realização da Semana AC. Henrique leu uma breve mensagem do irmão Maurício, passando em seguida a falar da importância da obra do pai no contexto político atual e sua pertinência frente ao momento tão difícil que atravessa o país. Em seguida o Prefeito Saulo Pedroso, destacou a atuação da Prefeitura nas diversas áreas da cidade e sua alegria ao entregar aquele espaço cultural ao município, descerrando a placa de inauguração e encerrando a solenidade de abertura. Estiveram presentes outras autoridades como a Primeira Dama Simone Cardoso, Vereadores, Secretários, o ex-Deputado Roberto Santiago, o editor Silvio Alexandre, artistas e público em geral.

 

Preparativos para a apresentação da FAMA
Lina e o Prefeito
Presença do Garatuja 
Da esquerda pra direita: Emil Ono (Vice Prefeito), Henrique 
Carneiro (filho do André), Simone Cardoso (Primeira Dama), 
Saulo Pedroso (Prefeito), Lina (ex esposa do André),  Roberta 
Barsotti (Vereadora), Rui Tiago (Secretário de Cultura) e 
Márcio Zago (Curador da Semana AC)

O Espaço
O novo espaço conta uma ampla sala para exposições de arte e na parte externa um deck apropriado a apresentações musicais intimistas. Tem ainda uma cafeteria que oferece uma linda vista para nosso maior cartão postal: A Pedra Grande. Para essa abertura foi montada a exposição “Impressões Guardadas” com obras do acervo da Prefeitura organizada pela curadora Rita Moura. Do outro lado, com minha curadoria, foi montada uma pequena mostra do trabalho fotográfico de André Carneiro. As capas do jornal literário Tentativa, editado entre 1949 e 1951 por André Carneiro, sua irmã Dulce Carneiro e o amigo César Mêmolo Junior, também fez parte da mostra. Tentativa é um legitimo representante da Geração de 45 e figura como nosso maior bem cultural erudito. Completa o espaço uma vitrine/memorial que tem caráter permanente com alguns pertences do homenageado como os originais do romance inacabado Hermes, sua filmadora 8 mm e demais apetrechos que utilizou nos anos cinquenta para a realizar diversos curta metragens. Tem ainda objetos, esculturas e colagens, além de um pequeno informativo cronológico que vai de 1922, data de seu nascimento, até 1972 quando deixa Atibaia e passa a morar em São Paulo.
















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