Este ano, a Semana André Carneiro apresentou um caráter
atípico em relação ao histórico de suas edições anteriores. Pela primeira vez,
o evento não contou com a participação de seu idealizador nem do Coletivo André
Carneiro, que vinha conduzindo sua realização. Nesta edição, a organização
coube exclusivamente à Secretaria de Cultura da Prefeitura da Estância de
Atibaia, o que merece uma explicação. A concepção original da Semana nasceu de
uma proposta minha, Márcio Zago, em parceria com meu amigo Maurício Carneiro,
filho do homenageado. A ideia foi apresentada ao então Secretário de Cultura, o
artista Charles Giraldi, que prontamente acolheu a iniciativa. Assim, em 2018,
realizamos a primeira edição, que teve a presença do próprio André Carneiro,
vindo de Curitiba para receber as homenagens do município. Poucos meses depois,
ele nos deixaria. Desde então, consolidou-se o formato de parceria entre o
Instituto de Arte e Cultura Garatuja — entidade cultural que fundei em 1983 — e
a Secretaria de Cultura, embora sem um termo formal que delimitasse
responsabilidades. Ao longo dos anos, coube a mim, através do Instituto
Garatuja, assumir a frente da organização anual, contando sempre com o apoio da
Prefeitura, de acordo com o interesse e a disponibilidade de cada secretário
que passou pela pasta. Esse esforço conjunto trouxe conquistas relevantes, como
a inclusão da Semana André Carneiro no calendário cultural oficial do município
e a atribuição do nome do homenageado ao mais novo espaço cultural da cidade, o
Centro Cultural André Carneiro, localizado na região central de Atibaia. A
partir daí, o evento passou a ser realizado anualmente em maio, na semana que
contempla o dia 9 — data de nascimento de André Carneiro — e sempre neste
espaço. Com o tempo, diante das dificuldades de manter sozinho a organização,
convidei amigos, artistas e pessoas atuantes da cidade para formar o Coletivo
André Carneiro, que, desde 2022, assumiu a condução do evento. Entretanto,
nesta 12ª edição, devido a uma cirurgia que coincidia com o período de
realização, propus ao Coletivo a possibilidade de adiarmos a programação. Como
a Semana acontece em maio, não houve tempo hábil para estabelecer diálogo com
os novos gestores culturais, recém-chegados à pasta. Dessa forma, o evento
ficou sob a responsabilidade exclusiva da Secretaria de Cultura, conduzido pelo
funcionário Breno, que desempenhou a função com dedicação e bons resultados dentro
das condições disponíveis. Minha expectativa — e também a do Coletivo André
Carneiro — é de retomar a organização da 13ª Semana André Carneiro, prevista
para 2026, com o apoio fundamental da Secretaria de Cultura.